Geração de pílulas azuis: a intensa busca pela felicidade na contemporaneidade

Conteúdo do artigo principal

Victor Hugo Coelho Rocha, Disc.
Gabriele Pacheco Santos, Bel.

Resumo

A sociedade contemporânea carrega consigo uma gama de características que precisam ser alcançadas para que o indivíduo consiga a famigerada felicidade: comprar determinados produtos, pertencer a um determinado grupo, possuir determinadas formas de entretenimentos, etc. Contudo, todos esses empecilhos surgem para garantir a felicidade do sujeito, tornando os momentos melancólicos e tristes – que são naturais do ser humano – inadmissíveis. Objetivou-se abordar nesta revisão de literatura como ocorre o processo de “sequestro” da subjetividade do sujeito, o qual reprimido em seus mais íngremes desejos, somatiza e adoece, abordando também o quão exacerbado tornou-se o uso descontrolado de medicamentos, além do mais, visa fazer uma reflexão acerca disto: por que torna-se mais fácil velar um problema a refletir sobre o mesmo? Fazendo um comparativo com os filmes de Matrix: por que é mais fácil tomar a pílula azul e ter uma vida velada a tomar a pílula vermelha e enxergar a verdade? Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica realizada em periódicos científicos no período de abril a agosto de 2017. Através deste estudo, pode-se apontar que todo indivíduo carrega em si o desejo de alcançar a plena felicidade. Entretanto, sabe-se que a civilização e a cultura são dois dos grandes impasses que dificultam o alcance da utópica felicidade. A crítica que aqui é feita não é de banir os medicamentos – até porque estes são de um imenso auxílio à prática psicoterápica –, tampouco à indústria farmacêutica, mas sim direcionado a ausência de reflexão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo