A TECNOLOGIA NO CONTROLE DOS AFETOS

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Jéssica Alves Ferreira
Pedro Octávio Gonzaga Rodrigues

Resumo

Quando falamos de afetos, é comum que o primeiro significado que ocorra a nossa mente esteja vinculado ao sentimento de carinho e estima por quem admiramos; e não é nenhum equívoco que se pense dessa forma. Para pensar os afetos, no entanto, deve-se compreender que estes podem vir a ser bem mais complexos do que aparentam, estando presentes em todas as esferas da vida humana. Vladimir Safatle (1), em “O circuito dos afetos”, nos aponta que todas as sociedades, em seu nível mais fundamental, são um circuito de afetos, eixo pelo qual a própria política se constitui. Sendo os afetos políticos, a tecnologia também não poderia deixar de sê-lo. Com base nas observações do autor, pode-se inferir
que a tecnologia pode ser utilizada como um mecanismo de controle dos afetos das massas, pois com o advento da internet e dos meios de comunicação de massa (como as mídias sociais), os indivíduos estão cada vez mais suscetíveis às novas estratégias de manipulação.
De acordo com Pinto e Moares (2), ao mesmo tempo que exercem uma função de transformação social, a tecnologia também tem a capacidade de ser um instrumento de dominação. Nos últimos anos ela têm dado espaço a agentes mal-intencionados, que utilizam desses meios para a disseminação de notícias falsas, manifestações de violência, crueldade e preconceitos, instigando o potencial autoritário que habita em cada personalidade escondida sob uma conta/perfil na internet, seja no twitter, instagram, facebook ou youtube.
A presente pesquisa, de caráter teórico, calcada em uma perspectiva psicanalítica e  sociológica, com base no pensamento freudiano e de alguns pensadores da escola frankfurtiana (como Theodor W. Adorno e Herbert Marcuse), tem como objetivo compreender como a tecnologia pode contribuir no controle dos afetos, e como essa forma de controle pode mobilizar e manipular os afetos por meio de mecanismos tecnológicos como as redes e as mídias sociais.

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