POLINIZAÇÃO DO MARACUJÁ

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Aline Rodrigues de Oliveira
Evelin Samuelsson

Abstract

O maracujazeiro é uma cultura pertencente à família Passifloraceae tem características de trepadeira herbáceas com flores hermafroditas geralmente isoladas e que exigem polinização cruzada (1). Seu pólen é pesado e pegajoso, restringindo o processo de polinização aos polinizadores de grande porte e/ou a interferência humana para fazer essa troca de informação genética (2). O trabalho em questão visa verificar as formas de polinização na cultura do maracujá (Passiflora) e como se dá tal processo para fecundação. Foram realizadas pesquisas nas bases de bancos de dados do Google Acadêmico no ano de 2022. A polinização do maracujá possui sistema de autoincompatibilidade na espécie e 74% da polinização eficiente é cruzada, ademais, outra peculiaridade é a abertura da flor por um curto período, ocorrendo por volta das 12h30min às 1h11min (3). A polinização se dá de duas formas, natural ou manual. Existem 19 espécies de insetos polinizadores capazes de realizar esta função, dentre elas, 13 espécies são do grupo Centridini (4). Para a espécie Passiflora edulis sims e Passiflora alada, destacam-se as mamangavas do gênero Xylocopa ssp, uma das maiores responsáveis pela polinização natural. As retiradas de mourões de madeira seca como substrato e aplicação de agrotóxicos nas lavouras, seja diretamente ou nas proximidades, ocasionam a diminuição da presença desta espécie polinizadora (5), ações que resultarão em plantios inviáveis a longo prazo, devido o gasto com mão de obra para fazer a polinização cruzada “não natural”. Um estudo publicado em 2007 (6), constatou que em uma lavoura de 2,3 hectares polinizada por trabalhadores diários durante 3 anos consecutivos, obteve um gasto de R$ 33.777,85. Entretanto, a eficiência da polinização manual é maior que a natural, apresentando 50% de pegamento dos frutos (7) enquanto a natural apresenta 30% (8). O processo é realizado a partir das 12h30min, onde o produtor toca os dedos nas anteras até ficarem bem impregnados com o pólen de uma determinada flor e em seguida transfere para os estigmas de outra flor na qual far-se-á o mesmo processo, evitando assim, acidentalmente o pólen entrar com contato com seus próprios estigmas (9). Há também a possibilidade de polinização por aves como por exemplo morcegos, atuando em períodos noturnos, devido algumas espécies de maracujá como a P. setacea, abrirem as flores a noite e seu aroma atraí-los. Observou-se também que, em áreas com telas protetoras da presença de morcegos, houve uma menor produção de maracujá, o que ressalta a eficiência da espécie (10). Pode-se compreender a complexidade na produção do fruto, todavia, as alternativas de polinização citadas acima expõem necessidade em cuidar do ecossistema para manter a naturalidade bem como a sensibilidade humana na colaboração do processo.

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